quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

REVOLTA DE 31 DE JANEIRO 1891

Faz hoje 127 anos que, na cidade do Porto, houve a 1ª tentativa para implantar a República em Portugal, através duma revolução.
Uma revolução não surge por geração espontânea, nem cai dos céus aos trambolhões. Há sempre circunstâncias, motivos e causas para explicar uma revolução.
Quais foram as causas da Revolta do 31 de Janeiro de 1891?
ANTECEDENTES
- Independência do Brasil e aposta de Portugal nas colónias africanas
- Conferência de Berlim em 1884
- Mapa Cor de Rosa
- Ultimato Inglês em 1890
O Ultimato Inglês feriu o orgulho nacional e provocou uma vaga de indignação e protesto na opinião pública, bem como o renascer do movimento patriótico.
Aos olhos da opinião pública, o Partido Republicano aparecia como o único defensor da Pátria.
No Porto, os republicanos entenderam que devia ser posto a circular um jornal que emitisse opiniões favoráveis à República. Assim surgiu em 18 de Abril de 1890 o jornal " A República" e em 1 de Setembro de 1890 o jornal " A República Portuguesa".
Foram estes 2 jornais que aliciaram, sobretudo, sargentos, cabos e praças do Porto para a necessidade de implantar a República.
A grande maioria dos oficiais das unidades militares sediadas no Porto não entraram na revolta, mas também não a combateram.
Na madrugada de 31 de Janeiro , o Batalhão de Caçadores 9, às Taipas, dava o sinal de revolta, comandado por um sargento. O Batalhão subiu a Rua de S. Bento, dirigiu-se ao edifício da cadeia da Relação na Cordoaria, onde se juntou o Alferes Malheiro e daí dirigiram-se para o Campo de Santo Ovídio (actual Praça da República), onde estava instalado o Regimento de Infantaria 18. Pouco depois, o Regimento de Infantaria 10, sito no quartel da Torre da Marca, juntou-se à revolta.
Os revoltosos dirigiram-se pela Rua do Almada abaixo, entoando cânticos, com a Banda do Infantaria 10 a tocar " A Portuguesa", rumo à Praça de D. Pedro, para proclamar a República, nos Paços do Concelho.
Foram anunciados os membros do "Governo Provisório da República" e os revoltosos resolveram ir até à Praça da Batalha, onde estava instalado o telégrafo e o quartel-general
Ao subirem a Rua de Santo António(actual Rua 31 de Janeiro), os revoltosos depararam com a resistência da Guarda Municipal, que se encontrava na escadaria da Igreja de Santo Ildefonso.
Aos primeiros tiros houve pânico, desorganização dos revoltosos e civis que os acompanhavam. Depois de uma hora e meia de combates, os revoltosos foram obrigados a recuar até à Praça Nova, onde se refugiaram no edifício da Câmara Municipal (onde está actualmente o Hotel Intercontinental).
A Guarda Municipal (com poucos efectivos) e uma bateria do Regimento da Serra do Pilar acabaram com as esperanças da "República das 8 Horas), desalojando os revoltosos dos Paços do Concelho, que inicialmente eram cerca de 800 militares.
Segundo os números oficiais registaram-se 12 mortos e 40 feridos, embora os republicanos tenham afirmado que o número de mortos ultrapassou os 50, que foram enterrados nos cemitérios do Porto.
Desta forma terminou a primeira tentativa de implantação do regime republicano, o que só aconteceu, 19 anos depois (1910).
Seguiram-se perseguições e condenações de que resultaram penas duras(inclusive deportações) para 3 oficiais, 23 sargentos, 49 cabos e 163 soldados.
Muitos civis que apoiaram a rebelião escaparam à prisão e ao degredo, exilando-se em Espanha, partindo primeiro para a Galiza e depois para Madrid.
Podemos concluir:
VOLUNTARISMO SEM ORGANIZAÇÂO É O CAMINHO SEGURO PARA O DESASTRE.

1 comentário:

Anônimo disse...

Muito bom o texto aproveita para se divertir aqui :FRIV