domingo, 8 de julho de 2007

Recriação histórica




A Câmara Municipal de Arouca organizou, durante este fim de semana, uma recriação histórica do modo como se vivia no Mosteiro de Arouca, há 200/300 anos.
O Mosteiro de Arouca cresceu muito depois de, no ano de 1217 ,a Rainha Santa Mafalda, neta de D.Afonso Henriques, aqui ter recolhido como padroeira, depois da anulação do seu casamento com D.Henrique I de Castela, decretada pelo Papa Inocêncio III, por falta da dispensa devido ao parentesco próximo dos conjugues.
Ao longo dos séculos, viveram no Mosteiro de Arouca centenas de damas da maior linhagem portuguesa, o que trouxe prosperidade e prestigio ao Convento. O Mosteiro veio a perder o seu poder polarizador de desenvolvimento material e espiritual da região no século XIX, com o liberalismo que se instalou no País e com a extinção das Ordens Religiosas.
A recriação histórica levada a efeito teve a participação de 200 figurantes das dezenas de associações culturais e recreativas existentes no Concelho.



No terreiro exterior ao Mosteiro houve artesãos a trabalhar nos seus vários oficios, venderam-se produtos agricolas e doçaria conventual e funcionaram 3 tabernas.
Dentro do Convento foram recriadas cenas retratando as monjas a receber os familiares, a bordar e a pintar, as noviças a entoar canto gregoriano, as criadas(cada freira tinha pelo menos 1 criada) a regar o jardim e a preparar a ceia.
A ceia, presidida pela Madre Abadessa, foi servida a cerca de 150 pessoas, numa das salas do Mosteiro, sendo a ementa a seguinte :
-caldo crespo(caldo de carne com legumes e feijão)
-entrecosto grelhado(comido à mão com o auxilio dum espeto de madeira ou sobre uma fatia de pão
-vinho e água
-pão alvo e pão meado
-bola de S.Bernardo e fruta
No final da ceia conventual teve lugar a reunião do Capitulo, sob a presidência da Abadessa e com a presença de toda a comunidade religiosa. Nessa reunião foram tratados assuntos da vida conventual( inclusivé chamadas de atenção a atitudes menos correctas registadas no seio da comunidade).Ainda hoje usamos a expressão " chamar alguém a capitulo.
Enquanto decorria a reunião do Capitulo, as criadas supervisionadas pela "celeireira", distribuiam esmolas aos pobres no Terreiro do Mosteiro

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